terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Sobre bolos, pedreiros e mudanças...

Quando anunciei que iria começar uma reforma em casa, meus amigos me avisaram que seria dureza... Imaginei mesmo que seria difícil conciliar a compra de materiais, com pedreiros em casa, mais encomendas e duas crianças pequenas. Mas juro que não sabia que seria tanto! Desde que fui apresentada para as irmãs maquita e marreta, a imagem que melhor descreve a minha casa é de uma cena pós-terremoto: escombros, poeira e muito, mas muito caos...



A solução foi mudar de mala, cuia, criançada e brigadeiros para a casa da minha amiga Valéria (te amo, migs!), enquanto o Sr. Pedro, meu pedreiro, põe tudo no chão - literalmente. Senhor de meia idade, baixinho e evangélico, o Sr. Pedro tem fala mansa, mas não tem meias palavras. Logo no primeiro dia, ele me avisou: "Lanchamos todos os dias, às 15:00h. Não bebo refrigerante, nem como chocolate".

Oi? Não come chocolate? Justo chocolate, minha especialidade, meu carro-chefe, meu ganha-pão? É lógico  que não me conformei e, na primeira semana, assei um bolo de chocolate gigante, com direito a porção megablastermasterplus de brigadeiro tradicional e levei de lanche para os pedreiros! Sr. Pedro devolveu o pratinho sem nem beliscar... "Obrigado, mas não como chocolate."

Decidida a fazê-lo se render às delícias da Amor de Brigadeiro, fiz um delicioso bolo de fubá com queijo. "Não, obrigado, mas fubá me dá azia." Mas será o Benedito? Que tal um bolo formigueiro, com massa de baunilha, pedacinhos de chocolate granulado e coco ralado? "Não, obrigado, mas não gosto de coco." Bolo de baunilha com doce de leite? "Não, obrigado, mas doce de leite me dá dor de barriga." Como assim???? Desesperada, apelei para o bolo Gabriela: massa de cenoura, com açúcar, cravo e canela por cima. E o Sr. Pedro respondeu: "Obrigado, você pode me servir mais um pedaço?" 

Passado alguns dias, o Sr. Pedro me chamou para perguntar se colocarei armários embaixo da nova pia da cozinha. Respondi que sim e então, soube que teríamos que fazer um degrau para suspender os armários do chão e que isso aumentaria o valor da mão de obra. Assim, veio a ideia: que tal se eu fizesse um bolo de cenoura, inteirinho para você levar para sua casa, todinho para o senhor? 

Meu bolo não era mais um bolo de cenoura, mas o bolo de cenoura. Negócio fechado e dever cumprido! 


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